domingo, 16 de setembro de 2012

OLIMPÍADAS BRASILEIRAS DE LINGUA PORTUGUESA

OLIMPIADAS BRASILEIRAS DE LINGUA PORTUGUESA, ao analisarmos as produções dos alunos podemos ver quantos talentos temos dentro das Escolas. A Equipe da Escola E. P. Costa e Silva, formada pela Coordenadora Silvana, o Diretor Claudonei, a Coordenadora do Uca Malu, a mãe de aluno Luciana Cabral e a Servidora da Dre Claudilene Almeida, analisaram as produções e selecionaram três bons trabalhos:

LEIAM OS TRES TRABALHOS SELECIONADOS PELA COMISSÃO:


Lembrança da Infância

Em frente a minha casa tinha um bosque lindo onde todas as tardes pessoas se reuniam para conversar, fazer exercícios físicos e até mesmo para namorar. Como era lindo ficar olhando, tinha muita vontade de sentar naqueles bancos branquinhos, muitos deles ainda com o cheiro de tinta fresca.
Mas como eu ia sair de casa, papai e mamãe trabalhavam o dia todo e muitas vezes até nos finais de semana, mas também era bom só observar as pessoas que passavam. As crianças e até mesmo os idosos gostavam daquele bosque, o lugar era lindo.
   Mesmo onde eu só pudesse olhar um dia não aguentei, saí de casa e sentei naquele bosque, fui bem devagar abrindo o portão, olhei para o lado da rua atravessei e sentei naquele banco onde tantas pessoas já sentaram. Aquele foi o dia mais feliz da minha vida.
As horas passavam e eu continuei lá sentada esperando para ver toda aquela gente andando e conversando, no bosque. Mas infelizmente o dia estava acabando e eu tinha que ir embora para casa, naquele momento o meu coração foi ficando apertado.
Queria chorar para não ir embora, porque eu sabia que não iria voltar nunca mais naquele lugar, porque eu estava  mudando para outra cidade, mas pelo menos tinha que me despedir de um lugar de onde eu só podia ver pelas grades daquele portão. Agora só tenho esta lembrança guardada na memória, um tempo importante marcado pela minha infância.

Aluna: Walexsânia Teixeira Guimarães – 9º ano 1
Professor: Bethânia Ferreira Espíndola Araújo
Escola Estadual Presidente Costa e Silva

 
As mudanças da minha vida.

Naquele dia, acordei mais cedo do que de costume, minha mãe me puxou da cama e num pulo eu me levantei, recebendo a notícia de que a gente ia se mudar. Arrumei minhas coisas ainda sem saber para onde iríamos. Subi no pau de arara, bem rapidinho, depois minha mãe subiu e se sentou do meu lado, enquanto conversava com a tia Joana. Enfim, perguntei:
- Mãe, para onde a gente vai?
Ela demorou a falar comigo, e então decidi esperar para ver.
No dia 20 de agosto de 1967 chegamos daí então descobri, nós estávamos na cidade de Gurupi, no estado que hoje é Tocantins, porém, na época ainda era Goiás. A viagem foi muito longa e cansativa, em uma estrada toda de terra, pois na época não era asfaltada.
Na hora de se aninhar para dormir, era cada um por si, uns sacudindo a poeira dos colchões de palha, outros a das cobertas e eu no meio daquela “bagunça organizada”, tentei ficar perto da minha mãe o tempo todo, já que ao redor de nossa tenda somente se via o “pretume” daquela escura noite sem luar.
O vento soprava no capim, fazendo sons assustadores, eu demorei dormir, pensando nos bichos que eu inventava e achava que estavam lá, só de tocaia me observando, prontos para atacar todos que estavam ai, tão frágeis expostos naquele lugar desconhecido.
No dia seguinte, acordei assustado, me perguntando se ainda estava em Pernambuco, a minha amada terra, com a qual eu havia sonhado. Eu fiquei um tempo sem saber onde estava, até que tia Joana me deu um cutucão nas costas, que tirou toda aquela preguiça de uma manhã de segunda-feira, e disse:
- Vamos Joaquim, meu filho! Vá se lavar para almoçar.
Depois do almoço, recebi uma notícia tão estranha quanto aquela manhã, eu iria começar a trabalhar. Quem diria que uma mudança de cidade, transformaria a vida de um menino de 11 anos.
Eu ouvi dizerem que eu iria trabalhar em uma fazenda, e que o dono era um primo distante da minha mãe, nesse lugar novo, onde foi meu primeiro emprego, quanto mais eu crescia, menos dinheiro ganhava e mais trabalho me davam. Foram tempos difíceis esses!
Nos finais de semana, os filhos do senhor Plínio, que era o dono da fazenda, e eu íamos de carro de boi, até um riacho perto da fazenda, onde passávamos o dia todo com as meninas de um sítio vizinho. As três meninas eram muito bonitas, mas para mim, a mais bela era Sônia, uma menina serena, com os olhos escuros como a noite e de uma pele tão branca como a luz do luar.
Era para mim impossível de negar, sim, eu a amava! Mas, o que a mais bela dama daquelas redondezas, um exemplo de delicadeza ia querer comigo? Este peão de fazenda, com calo nas mãos e pele queimada, então eu perdi as esperanças e então quando fiz 17 anos, me mudei para a cidade com minha querida mãe.
A minha mãezinha estava muito doente, os médicos disseram que ela estava com um tal de câncer, eu nunca entendi muito bem essa doença, mas entendi logo que ela causava muita dor e sofrimento. Passou um ano até que minha querida mãe não agüentou mais e Deus, nosso Senhor quis levá-la.
Eu já estava trabalhando há dois anos na cidade de Gurupi, notava o quão bonita ela havia ficado e o quanto crescerá desde a época em que eu cheguei aqui. Com o dinheiro que eu ganhava no trabalho, pagava o aluguel da casa onde eu morava com minha tia Joana e todas as despesas que nós tínhamos. A tia Joana, por mais que soubesse que a casa era alugada, sempre dizia a seus conhecidos:
- Essa casa, meu sobrinho sustenta com dinheiro honesto!
Um dia, enquanto trabalhava na padaria do seu João, me peguei pensando que o meu lugar não é na cidade, que eu era mais feliz na fazenda e que lá sim era o meu lugar, e então disse para mim mesmo:
- Meu lugar é na fazenda!
Nesse dia, tomei uma decisão, pedi demissão do emprego e disse a tia Joana que voltaria para a fazenda, porque eu sentia que nunca deveria ter saído de lá, ela compreendeu minha escolha e me acompanhou.
Chegando na fazenda, fui logo visitar Sônia, minha flor com perfume de saudade. Ela me abraçou forte e me disse baixinho:
- Eu sabia que você ia voltar.
Depois disso, a minha certeza era completa, naquela pequena fazenda, do lado daquela simples cidade, era sim, o meu lugar.



Aluna: Ana Caroliny de Oliveira
Professora: Aline Souza Reis
Instituição de ensino: Escola Estadual Presidente Costa e Silva
Cidade: Gurupi - TO

 
   Cidade linda

No cerrado aqui tem bicho
É bonito de se olhar,
Mas o fogo queima tudo
E destrói esse lugar.

É o verde da cidade
Que se vê por toda parte
Olho com cuidado
O que não poderei ver mais.

Olha só minha cidade
Que cresce como criança
Se um dia vê tristeza
No outro vê esperança.

Essa beleza e riqueza
É o que deixa mais bonito
E encanta por natureza
O lugar onde vivo.

Aluno: Gabriel Davi de Castro- 6º.1
Professora: Franqueslane Ferreira de Lima
Escola Estadual Presidente Costa e Silva









Um comentário:

  1. Eu adorei os textos me emocionaram. Parabéns aos alunos, vocês são muito especiais.
    Att
    Malu

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