MACEDO, Maria de Lourdes L.
Caros colegas,
enquanto professora, com certeza posso afirmar que o ato de planejar se faz
necessário. Não estou falando algo que não conheço e que nunca coloquei em
prática, pelo contrário, falo do que tenho experiência tanto em sala de aula,bem
como em outras áreas de atuação. É que na verdade, “só no chão da fábrica” que aprendemos.
É certo que alguns pesquisadores da área,
nunca estiveram no “chão da fábrica”, na sala de aula, mas são doutores e
“possuem” condições para discorrer, criticar, valorar, essa ou aquela situação
didática pedagógica. Mas, nós professores, podemos com certeza, a partir de um
conhecimento pratico, técnico e teórico, falar com mais propriedade do que um
“doutor”.
Com base nesta
premissa, venho tecer alguns comentários a respeito do PLANEJAMENTO, mesmo que
alguns educadores, não concordem muito com as colocações expressas neste pequeno
texto. Não importa, na verdade meu desejo é propiciar através desta leitura uma
reflexão conjunta.
Afinal de contas, o que é
planejar para você educador?O planejamento está presente em nosso
dia-a-dia, mesmo que implícito, como o caso da pessoa que, ao levantar-se pela
manhã, pensa no seu dia, no que vai acontecer ao longo dele. Como não se tem
certeza do que realmente irá acontecer no passar dessas vinte e quatro horas, a
pessoa obriga-se a pesar, prever, imaginar e tomar decisões. Contudo, ela
sempre espera tomar as decisões mais acertadas, para que sua ação alcance os
objetivos esperados, mesmo não tendo consciência, está realizando um
planejamento, está fazendo o uso do ato
de planejar.
Nós, educadores, no ato de planejar, necessitamos ter alguns
indicadores em mente: Como, Para Quem,
Com Qual Visão Pedagógica, Com Que Objetivo Eu Planejo? Se você planeja
apenas para cumprir uma exigência administrativa, por favor, deixe de
hipocrisia. Um educador que se preze, planeja com sentido, com estrutura, com
objetivo, visto ser ele um educador e não uma pessoa que apenas ocupa uma
função, para ganhar um tal recurso financeiro mensal para pagar as suas contas.
Afinal já descobriu qual é sua profissão? Se for a de Educador, e
se você hoje está na sala de aula, já leu e estudou a LDB? Faz parte de sua
bibliografia os autores: José Carlos Libâneo, Cipriano Carlos Luckesi, Celso
Vasconcelos? São autores que despertam a motivação para entender e rever os
conceitos, e na maioria dos casos, firmar que está no caminho correto, e
fundamentalmente, que planejar é necessário.
Entendamos que essa necessidade não deva ser apenas a de cumprir exigências,
mesmo que façam parte do Sistema. Mas que o Planejar seja flexível e não uma
camisa de força. Um planejamento flexível passa a ser o orientador de nosso
fazer pedagógico na sala de aula, mas se não for desenvolvido passo a passo, será um crime.
Uma coisa é certa, em qualquer momento, alguma das ações previstas pelo
planejamento não serão concretizadas, mas, saibamos que isto ficará por conta
de fatores adversos, que são difíceis de serem previstos, ou seja, significa
que se algo não for realizado como estava previsto no planejamento, uma explicação
lógica para a sua não realização deverá partir do professor para justificar a
tal mudança.
Por que professores se acham desmotivados com a metodologia do
planejar? Quando planejar é um ato mecânico, uma burocracia, apenas um
documento a mais, desacreditamos nos resultados
de nossas ações e deixamos de realizá-las. Desta forma, a dificuldade em
nãoplanejar está em quem? Na Instituição que cobra, faz parte da legislação
educacional vigente, ou do proceder do educador? Mudar os paradigmas e buscar melhor
atuação da prática, e com certeza, enxergar a necessidade e a importância do
planejamento.